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sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Terra precisaria de 18 meses para suprir o que a humanidade consome em um ano


A Terra suporta cada vez menos o impacto ecológico das atividades humanas: o planeta precisa de 18 meses para gerar recursos que a humanidade consome em um ano, segundo estudo de um grupo de pesquisa privado americano publicado nesta terça-feira.

Os dados levantados em 100 países pela Global Footprint Network, de defesa do meio ambiente, indicam que a humanidade consome recursos e produz dióxido de carbono (CO2), principal gás de efeito estufa, a um ritmo 44% maior do que a natureza pode produzir e absorver.

O estudo revela também uma crescente disparidade entre os países com relação ao impacto ecológico por habitante.

Se todos os habitantes da Terra vivessem como um americano médio, seria necessário o equivalente a cinco planetas para produzir os recursos alimentícios e energéticos consumidos e absorver o CO2 emitido.

"E se cada um consumisse como o europeu médio, seriam necessários dois planetas e meio", calcularam também os autores do estudo.

"As ameaças que estamos enfrentando, como a mudança climática, o desmatamento, a diminuição da pesca, a super-utilização da água doce, são sintomas de uma tendência alarmante", indicaram.

A Global Footprint Network, que tem sede em Oakland na Califórnia (oeste), calcula todos os anos desde sua criação em 2003 a chamada "impressão ecológica" de mais de 100 países e da humanidade em seu conjunto.

Este indicador determina a superfície de terra e de água necessárias para produzir recursos que uma população determinada consome e para absorver os dejetos produzidos.

"Calcula o potencial de produção de recursos da natureza, como são utilizados e por quem", explica a organização.

Os dados, derivados de inúmeras fontes, entre elas a ONU e as estatísticas de diversos governos, mostram que entre 2005 e 2006 o impacto ecológico da humanidade aumentou quase 2%, devido a um crescimento da população e do consumo de recursos por pessoa.

Em 10 anos, o impacto do homem sobre a natureza aumentou 22%, enquanto a biocapacidade, quantidade de recursos que a natureza pode produzir, se manteve constante e pode inclusive ter diminuído, segundo a Global Footprint Network.

Em 1961, todo o planeta usava pouco mais da metade da biocapacidade da Terra. Agora, 80% dos países usam mais biocapacidade do que dispõem dentro de suas fronteiras. Importam recursos, esvaziam seus próprios estoques e enchem a atmosfera e os oceanos de CO2.

Apesar destes dados preocupantes, existem meios para corrigir esta trajetória, disse Mathis Wackernagel, presidente da Global Footprint Network.

"Estas tendências mostram que é do interesse de cada país atuar sem esperar para ter êxito em um mundo com recursos cada vez mais limitados, aconteça o que acontecer no cenário mundial", indicou em um comunicado em referência à conferência da ONU sobre o clima de dezembro em Copenhague, onde é muito improvável que se consiga alcançar um acordo obrigatório para reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa.

Ibama flagra duas balsas com 1,3 mil m³ de madeira ilegal em Óbidos/PA


O Ibama apreendeu nesta quarta-feira (02/12) duas balsas com cerca de 1,3 mil m³ de madeira retirada irregularmente da floresta amazônica, na altura do município de Óbidos, no oeste do Pará. Essa quantidade seria suficiente para encher 52 caminhões.

Com 65 m de comprimento cada, as embarcações levavam pelo rio Amazonas dezenas de toras de espécies como jatobá, angelim, ipê e maçaranduba para abastecer o mercado ilegal em Belém, na capital paraense. As balsas e o empurrador, avaliados em R$ 2 milhões, também foram apreendidos. Além de poder perder os bens utilizados no crime ambiental, o proprietário foi multado em R$ 390 mil.

Os agentes estavam na Operação Monte Cristo, de combate à pesca no período de defeso, quando flagraram as balsas. Elas cruzavam o rio à noite, para tentar burlar a fiscalização. Segundo os fiscais, a madeira saiu de planos de manejo na Gleba Mamiá, no município de Alenquer. O destino seria Marituba e Benevides, na região metropolitana de Belém.

“A pesquisa no Sisflora (Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais) revelou que as Guias Florestais da madeira já haviam sido recebidas pelos compradores há mais de uma semana. Ou seja, os documentos estavam sendo usados em duas, três, quatro viagens para esquentar a madeira ilegal”, explica o analista ambiental Marcelo Eickhoff, da Gerência Executiva do Ibama em Santarém, que participou da ação.

Índia propõe reduzir intensidade de carbono entre 20% a 25% até 2020


Jairam Ramesh, ministro do Meio Ambiente da Índia, anunciou nesta quinta-feira (3) a meta da Índia de reduzir sua intensidade de carbono entre 20% a 25% até 2020 em relação a 2005. Ainda assim, "as emissões crescerão", disse o ministro, às vésperas da conferência do clima de Copenhague, que começa nesta segunda-feira (7).

"Intensidade de carbono" significa a quantidade de CO2 emitida por cada unidade do PIB (Produto Interno Bruto).

No entanto, a redução seria apenas um comprometimento doméstico, e não seria legalmente vinculante, disse o ministro após quase quatro horas de discussões.

O anúncio era esperado para hoje, e ocorre na semana seguinte em que China e EUA fizeram os seus.

A China se comprometeu em reduzir entre 40% e 45% a intensidade carbônica em 2020 em relação a 2005. Já os EUA ofereceram a meta de reduzir 17% das emissões em 2020 em relação a 2005.

A Índia, um dos maiores emissores, estava sob pressão para anunciar detalhes de como iria controlar as suas crescentes emissões de carbono.

No máximo, o governo indiano havia se declarado disposto a assinar um "objetivo global ambicioso" para a redução de emissões de gases do efeito estufa, neste sábado (28).

Um relatório divulgado na quarta-feira (2) indicava que a Índia poderia cortar a sua intensidade de carbono em 24% até 2020, em comparação com os níveis de 2005, segundo relatório do governo obtido pela agência de notícias Reuters.

Um Bilhão de Árvores para a Amazônia e... o Primeiro Deserto Verde do "Bioma"


“Um Bilhão de Árvores para a Amazônia” – foi o nome comercial do “maior programa de recomposição florestal do mundo” lançado pelo presidente Lula e pela governadora Ana Júlia Carepa. Terminado o jogo de cena e silenciados os tambores midiáticos, com o assunto caindo no esquecimento, delegou-se à Secretária de Estado de Meio Ambiente a tarefa de informar, muito discretamente, que 65% desse reflorestamento serão feitos com eucalipto.

A justificativa é simplória: não existe a disponibilidade de sementes para plantar espécies nativas. Ah – ninguém, então, havia pensado nisso no momento do anúncio do número mágico – um bilhão? Mas, que importa? Números sem projetos por trás criam manchetes na imprensa apressada e imprensada no jogo de interesses dos grandes anunciantes – entre os quais o governo e suas estatais.

A meta do governo do Pará – ou, melhor dizendo, da Vale e similares -, agora, continua sendo atingir 20 dos 100 milhões de hectares previstos para o plantio de espécies nativas até 2013. Mas não são claras as informações sobre que áreas serão plantadas com que tipo de árvores - ou seja, o objetivo é criar uma cortina de fumaça.

E continua o silêncio sobre a produção de mudas de essências nativas e outros “detalhes”, exceto quando se afirma que 80 mil hectares de paricá - árvore também conhecida como guapuruvu - já foram plantados no sul do estado. A justificativa é de uma lógica econômica impecável: “o paricá é leve, usado para a obtenção de lâminas de madeira, uma vez que é perfeitamente torneável”.

Essa criação de um deserto verde no tal “bioma amazônico” talvez pudesse ter sido evitada se os “ambientalistas” – incluindo o IBAMA – tivessem sido mais abertos ao diálogo quando em 2005 foi apresentado ao Congresso um projeto que autorizava a recomposição de 30% da reserva legal com palmáceas – em especial dendê e babaçu - para a produção de biodiesel.

De fato, em particular para a juventude que mora nas cidades e acha que comida é coisa que se encontra em prateleiras de supermercados, nunca é demais lembrar que poucos anos antes FHC elevou a reserva legal na região de 50% para 80% por Medida Provisória, numa canetada, apenas para dar satisfações à imprensa estrangeira e ONGs paulistas. Com isso, desde Brasília colocou na ilegalidade, de um dia para o outro, todo o conjunto de propriedades produtivas no “bioma” amazônico.

Pontificar e legislar sobre “biomas” se neles não existissem pessoas dá nisso!

Agora, é hora de refletir. Se esse tipo de imunidade ao diálogo ao estilo “exército da salvação” continuar no processo de inevitável revisão do Código Florestal, o máximo que acontecerá será um novo pacote de remendos vindos de cima para baixo ou por “acordos de lideranças”, em detrimento dos interesses da nação.

***

Aqui, vale o parêntese: a China abandonou há cerca de um ano um projeto lançado em 2002 que previa o reflorestamento de 440 milhões de hectares (bem maior do que o maior do mundo). O projeto colidiu com a necessidade de áreas para a produção de alimentos para uma população de 1,3 bilhão de chineses. Apesar disso, os projetos de reflorestamento econômico num total de 38 milhões de hectares para a indústria de papel e celulose, bem como para a indústria madeireira, continuam. Talvez os chineses possam, agora, liberar áreas agrícolas para a produção de alimentos importando madeira do Pará.