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quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Emergentes pedem que ricos assinem lei de emissões


Os principais países emergentes do mundo querem que seja anexado ao Protocolo de Kyoto uma emenda “com força de lei”. A China lidera o grupo que pede que os países desenvolvidos reduzam 40% das emissões de gases causadores do efeito estufa, com base nos índices de 1990.

As informações foram retiradas de um documento ao qual a agência “France Presse” teve acesso. O rascunho foi finalizado em 30 de novembro em um encontro fechado em Pequim que reuniu China, Brasil, Índia e África do Sul. Esta é uma resposta dos países em desenvolvimento a outro acordo apresentado pela Dinamarca.

A meta proposta pelo grupo é não deixar que as temperaturas globais não aumentem mais de 2ºC até 2100. A base para o documento são as temperaturas registradas antes da Era Industrial. Os países desenvolvidos concordam com a meta pedida. No entanto, o grupo pede que os países ricos multipliquem por oito, até 2020, a promessa de reduzir as emissões de CO2 em 5% até 2012.

Alemanha ativa supercomputador para estudar mudança climática


'Blizzard' tem a missão de calcular futuras alterações e catástrofes no clima.

É o maior supercomputador destinado à pesquisa climática.

O Centro Alemão de Cálculo Climático (DKRZ, na sigla em alemão) colocou nesta quinta-feira (10) em funcionamento o supercomputador "Blizzard" (Nevasca), cuja missão será calcular futuras mudanças climáticas e, inclusive, prever todo tipo de fenômenos catastróficos, como furacões ou tornados.

Com um peso de 35 toneladas, o "Blizzard" utiliza em seu trabalho 8.448 microprocessadores, com os quais alcança uma velocidade de 158 teraflops por segundo, o que faz com que seja 60 vezes mais rápido que seu antecessor, e 20 mil vezes mais rápido que um computador convencional.

O arquivo do supercomputador, o maior do mundo para armazenamento de dados climáticos, pode armazenar mais de 60 petabytes, o que equivale a cerca de 13 milhões de DVDs.

Um total de 56 braços robotizados são encarregados de buscar as informações armazenadas em 65 mil contas magnéticas com os dados arquivados pelo "Blizzard", que tem cerca de 50 quilômetros de cabo unindo seus componentes.

Além das mudanças na atmosfera e os oceanos, o "Blizzard" calcula também processos no gelo, na terra e nas vegetações, assim como sua influência no efeito estufa.

O computador teve um custo de 35 milhões de euros, fornecidos pelo Ministério de Investigação e Ciência, enquanto a modernização do edifício que o abriga custou 26 milhões de euros à cidade de Hamburgo.

A metade do tempo de trabalho do computador é dedicada às pesquisas do próprio DKRZ, enquanto a outra metade é utilizada por cerca de 100 de grupos de trabalho científico da Alemanha.

O instituto de Hamburgo reconheceu que o "Blizzard" tem grande consumo de energia, mas ressaltou que toda ela tem origem renovável.

Metade das emissões de gases-estufa do Brasil vem da pecuária, diz estudo

Pegada de carbono’ da carne bovina foi calculada pela 1ª vez,
CO2 emitido por kg custa mais que a própria carne.

A pecuária emite metade dos gases causadores do efeito estufa liberados pelo Brasil a cada ano.

Além disso, implantação de novas pastagens abocanha três quartos da área desmatada na Amazônia e 56,5% no Cerrado.

Os principais dados da pesquisa, cuja íntegra ainda será publicada em revista científica internacional, foram divulgados nesta quinta-feira (10) e serão apresentados em duas reuniões sábado (12) na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, a COP 15 . Os autores (ao todo, dez especialistas) ressaltam que suas conclusões “não representam necessariamente” a posição das instituições em que atuam.

O levantamento verificou que em 2005 a emissão de gases-estufa (GEE) da pecuária representou 48% do total brasileiro. A atividade emitiu 1,055 bilhão de toneladas de GEE sobre 2,203 bilhões do total nacional, número do tão esperado inventário brasileiro de emissões, divulgado só recentemente pelo Ministério da Ciência e Tecnologia .

Clique aqui para baixar o inventário em pdf.

Ocorre que no inventário oficial as emissões são divididas por grandes grupos, como energia, processos industriais, mudança no uso da terra e florestas etc. “A diferença desse estudo em relação às abordagens estatísticas tradicionais é que elas dividem as emissões por categorias, e nossa abordagem é pela cadeia de um produto específico”. “Então ela é transversal, porque envolve uso da terra e fermentação entérica (basicamente, arroto de boi e vaca), por exemplo, processos que estão separados no inventário.”

Assim, é a primeira vez que a chamada “pegada de carbono” de um produto específico, no caso a carne bovina, é calculado. Pegada de carbono é a quantidade de gás-estufa liberada direta ou indiretamente por uma certa atividade. O interessante desses dados é que eles podem começar a traduzir toda a situação para o consumidor.

Essa é a diferença de ter números sobre categorias e números sobre produtos: 1 quilo de carne industrializada significa 300 quilos de gás-estufa emitido, e esses 300 kg custam R$ 10 no mercado de carbono. É mais do que o custo da própria carne por quilo no atacado (o kg do dianteiro custa R$ 3,60; do traseiro, R$ 5,90)”, disse o especialista.

Ou seja: Frigorífico pode fazer mais dinheiro vendendo redução de carbono do que vendendo a própria carne.

Metade das emissões de gases-estufa do Brasil vem da pecuária, diz estudo

‘Pegada de carbono’ da carne bovina foi calculada pela 1ª vez.
CO2 emitido por kg custa mais que a própria carne, comenta pesquisador.

  • Aspas

    Frigorífico pode fazer mais dinheiro vendendo redução de carbono do que vendendo a própria carne"

A pecuária emite metade dos gases causadores do efeito estufa liberados pelo Brasil a cada ano.

Além disso, implantação de novas pastagens abocanha três quartos da área desmatada na Amazônia e 56,5% no Cerrado.

Resultado de cinco meses de trabalho, os números, inéditos, são de estudo coordenado por Mercedes Bustamante, da Universidade de Brasília (UnB), Carlos Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e Roberto Smeraldi, da ONG Amigos da Terra – Amazônia Brasileira.

Os principais dados da pesquisa, cuja íntegra ainda será publicada em revista científica internacional, foram divulgados nesta quinta-feira (10) e serão apresentados em duas reuniões sábado (12) na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, a COP 15 . Os autores (ao todo, dez especialistas) ressaltam que suas conclusões “não representam necessariamente” a posição das instituições em que atuam.

Foto: AFP/Antonio Scorza 28-11-2009

O levantamento verificou que em 2005 a emissão de gases-estufa (GEE) da pecuária representou 48% do total brasileiro. A atividade emitiu 1,055 bilhão de toneladas de GEE sobre 2,203 bilhões do total nacional, número do tão esperado inventário brasileiro de emissões, divulgado só recentemente pelo Ministério da Ciência e Tecnologia .

Clique aqui para baixar o inventário em pdf.

Ocorre que no inventário oficial as emissões são divididas por grandes grupos, como energia, processos industriais, mudança no uso da terra e florestas etc. “A diferença desse estudo em relação às abordagens estatísticas tradicionais é que elas dividem as emissões por categorias, e nossa abordagem é pela cadeia de um produto específico”, explicou Smeraldi ao G1. “Então ela é transversal, porque envolve uso da terra e fermentação entérica (basicamente, arroto de boi e vaca), por exemplo, processos que estão separados no inventário.”

  • Aspas

    1 quilo de carne industrializada significa 300 quilos de gás-estufa emitido, e esses 300 kg custam R$ 10 no mercado de carbono"

Assim, é a primeira vez que a chamada “pegada de carbono” de um produto específico, no caso a carne bovina, é calculado. Pegada de carbono é a quantidade de gás-estufa liberada direta ou indiretamente por uma certa atividade. “O interessante desses dados é que eles podem começar a traduzir toda a situação para o consumidor, a dona de casa, o investidor”, comentou Smeraldi, que viaja hoje para Copenhague.

“Essa é a diferença de ter números sobre categorias e números sobre produtos: 1 quilo de carne industrializada significa 300 quilos de gás-estufa emitido, e esses 300 kg custam R$ 10 no mercado de carbono. É mais do que o custo da própria carne por quilo no atacado (o kg do dianteiro custa R$ 3,60; do traseiro, R$ 5,90)”, disse o especialista.

Surge a proposta por um ‘fundo verde’


Seriam bilhões de dólares para ajudar os países pobres a combater as alterações climáticas.

A proposta foi apresentada na conferência do clima, em Copenhague, em um documento conjunto assinado por Grã-Bretanha, Austrália, México e Noruega, no qual se diz que “o financiamento terá de ser ampliado significativa e urgentemente, começando rápido e aumentando com o tempo”.

De acordo com a proposta, pelo menos metade do dinheiro arrecadado seria usado para ajudar aos países em desenvolvimento a lidar com secas, enchentes e o aumento do nível do mar. A ONU estima que, no longo prazo, o custo anual do combate ao aquecimento global pode chegar a US$ 300 bilhões.

Palin e Gore em polêmica sobre aquecimento


O ex-vice-presidente e ganhador do prêmio Nobel da Paz, Al Gore, criticou o pedido da ex-governadora do Alasca, Sarah Palin, para que Barack Obama boicotasse a conferência sobre o clima em Copenhague. Palin afirmou que cientistas manipularam dados para provar que o aquecimento global é causado pelo homem.

A ex-governadora se referiu ao caso do vazamento de emails em que cientistas discutiam métodos para manipular os índices de temperatura, no escândalo que ficou conhecido como Climategate. Gore afirmou que o aquecimento global é um fenômeno estudado há 20 anos, e é “como a gravidade. Existe.”

O vazamento dos emails criou uma controvérsia internacional sobre o tema do aquecimento. Rajendra Pachauri, presidente do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, afirmou que as questões levantadas pelo vazamento dos emails são sérias e serão investigadas.

Câmara aprova projeto que torna lei meta de redução de gases do efeito estufa


Decreto presidencial vai definir ações para alcançar objetivo de redução.
Política Nacional sobre Mudança do Clima prevê meta de até 38,9%.

A Câmara dos Deputados aprovou na madrugada desta quinta-feira (10) a Política Nacional sobre Mudança do Clima. Foi aprovada uma emenda do Senado que define em lei a meta de redução de gases do efeito estufa estabelecida pelo governo federal entre 36,1% e 38,9% até 2020, tendo como base as emissões que seriam feitas até lá.

Caberá ao presidente da República, por meio de decreto, apontar ações que serão realizadas para cumprir o compromisso de reduzir as emissões. Este percentual deverá ser apresentado pelo Brasil na Conferência sobre o Clima que acontece em Copenhague, na Dinamarca, nesta semana.

O texto aprovado pelo Congresso afirma que a meta é um compromisso voluntário e que as ações para se alcançar o percentual almejado terão que atender o Inventário Brasileiro de Emissões e Remoções Antrópicas de Gases de Efeito Estufa não Controlados pelo Protocolo de Montreal, a ser concluído em 2010.

Nesta terça-feira (8), o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, afirmou que o Brasil vai manter a meta anunciada para o encontro de Copenhague, mas que exigirá financiamento dos países desenvolvidos para cumpri-la.