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sábado, 12 de dezembro de 2009

Esboço cita corte de 15% a 30% de CO2 para país em desenvolvimento

Texto ressalva que plano de ação é condicionado à ajuda dos países ricos. Desvio substancial das emissões deve ser obtido até 2020.

O primeiro rascunho oficial de acordo a ser fechado pelas 193 nações representadas na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 15 , diz que os países em desenvolvimento devem tomar ações de mitigação apoiadas pelos países ricos para atingir uma redução "substancial" das emissões - entre 15% e 30% até 2020 em relação ao que emitiriam se nada fosse feito. Mas o texto reconhece que a redução nestes países "depende do nível de apoio disponível".

Caso esse dispositivo sobreviva aos debates e polêmicas e seja finalmente aprovado na conclusão da Conferência de Copenhague, o "compromisso voluntário" do Brasil vai se confirmar de fato ambicioso.

A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, anunciou no dia 13 de novembro que o Brasil se compromete voluntariamente a reduzir as emissões nacionais de gases causadores do efeito estufa em 36,1% a 38,9% até 2020 em relação ao que poluiria se nada fosse feito. (Calculada a tendência de emissão de dióxido de carbono e outros similares na próxima década, o Brasil vai tentar contê-la, adotando ações para que o tamanho do estrago ambiental fique menor do que seria se o governo não fizesse nada.)

Compromisso mínimo do Brasil (36,1%) é superior ao máximo inscrito no esboço (30%)
O rascunho segue as recomendações publicadas há dois anos pelo Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC, na sigla em inglês) e insiste em que os países industrializados cortem suas emissões de gases causadores do efeito estufa em 25% a 40% até 2020, na comparação com 1990. Até 2050, a meta seria cortar as emissões em 50%.

O objetivo dos cortes é conter a alta da temperatura neste século em até 2°C. Em um gesto para agradar aos pequenos países-ilha, para os quais até mesmo esse teto já seria perigoso demais, o texto, diplomaticamente, afirma que é preciso limitar o aumento da temperatura entre "1,5°C e 2°C".

O financiamento das ações contra emissões nos países pobres é um dos pontos mais polêmicos da COP 15.

O texto explicita que a principal fonte de financiamento devem ser "recursos novos e adicionais oferecidos pelos países desenvolvidos", mas não cita valores.

Está previsto ainda no rascunho a criação de um mecanismo para transferência de tecnologias de redução de emissões e adaptação às mudanças climáticas entre os países.

O texto inclui o que foi negociado até o momento para posteriores trabalhos dos países participantes, disse na véspera o negociador-chefe do Brasil, embaixador Luiz Alberto Figueiredo.

Segundo ele, o objetivo é que seja "um texto que possa contar com o máximo possível de equilíbrio, de modo que as partes se sintam representadas e confortáveis em trabalhar sobre ele".



Criado fundo de mudança climática na COP-15

Fundo vai financiar ações de longo prazo, sob autoridade da Conferência das Partes (COP) e não do Banco Mundial.



O documento final ainda não
saiu, mas eu soube de um avanço na mesa de negociações. Foi criado um fundo de mudança climática, para financiar ações de longo prazo, sob autoridade da Conferência das Partes (COP) e não do Banco Mundial, como se pensou inicialmente.

É um avanço importante que os participantes tenham aceitado que seja um fundo de ações de longo prazo. Os países ricos vinham tentando evitar isso. O fundo terá várias janelas. Uma vai financiar ações de mitigação, ou seja, de combate às mudanças climáticas. Isso nos interessa porque aí estão as ações de proteção da floresta.

Depois, há uma janela para adaptação. Isso interessa mais os pobres. Tem também uma janela para tecnologia. Tudo ainda está complicado. Os pontos estão sendo negociados. Um ponto delicado são as metas.

Foi criado o fundo, mas os dois pontos mais importantes não estão decididos ainda: quanto dinheiro haverá no fundo e quem vai colocar dinheiro nesse fundo. Há duas opções em discussão: que só os países ricos coloquem dinheiro no fundo e que os países emergentes, principalmente a China, também contribuam.

A situação está tão complexa que o secretário-geral da Conferência, Yvo de Boer, deu uma entrevista ao jornal "O Globo", dizendo que podem sair dois documentos de Copenhague: um com a prorrogação do Protocolo de Kyoto e outro colocando os Estados Unidos na meta.

Brasil pode ser o mais afetado com o aquecimento global


O Brasil deve sofrer mais com o aquecimento global que o restante do mundo. De acordo com estudo realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, em parceria com Met Office Hadley Centre, da Grã-Bretanha, o país deve ser afetado 20% a mais que a média global, principalmente, quanto aos níveis de pluviabilidade.

Tais problemas incluem prejuízos econômicos que poderiam ser desastrosos, já que a produção de energia elétrica seria bastante afetada com a redução do volume de chuvas, no qual 70% da energia é gerado por hidrelétricas.

O clima também pode ficar mais quente e seco, devido ao risco de mais desmatamento. As projeções são de para 2°C a mais de temperatura podem causar a bacia amazônica perda 12% do volume de chuvas e a de São Francisco uma redução de 15%.

Emissões devem ser reduzidas à metade até 2050


O esboço da declaração final da Conferência do clima de Copenhague foi divulgado nesta sexta-feira, 11. De acordo com o texto, as emissões de gases do efeito estufa deverão ser reduzidas à metade até 2050. Os números se baseiam nos níveis de emissão em 1990.

Já os números de emissões globais que devem cair ainda não foram definidos, porém os índices de queima de combustíveis fósseis podem reduzir 50%, 85% e até 95%, conforme o esboço. Há também a sugestão de que até 2020 se estabeleça uma redução intermediária de até 45%.

Mas países em denvolvimento, como o Brasil, não concordaram com os índices e alegaram prejuízo no crescimento econômico. A cúpula promovida pela ONU se encerra na sexta-feira, 18.

Reprodução da vida marinha diminui 25% no planeta

O alerta vem de Copenhague. A culpa é do gás carbônico liberado na atmosfera, dizem os cientistas no encontro sobre o clima.

assista a reportagem:



ou leia, se preferir:

De novo a culpa é dos
combustíveis fósseis, que quando queimados liberam gás carbônico ou dióxido de carbono. Parte desses gases vai para a atmosfera, provocando o efeito estufa.

Outra parte precipita, cai nos mares, e deixa a água mais ácida. Cerca de 30% mais do que antes da Revolução Industrial.

Essa acidez interfere com o sistema natural de navegação das baleias e golfinhos. Eles usam o som para se localizar, e o som ele viaja mais rápido e mais longe em águas ácidas.

Além disso, afeta toda a vida marinha, porque prejudica fortemente a produção de plânctons, organismos muito pequenos que estão na base da alimentação nos mares.

Algas e pequenos crustáceos podem não resistir, e como elas alimentam as espécies que servem de alimento para nós, humanos, como as sardinhas e o salmão, essas espécies correm risco de extinção.

Para garantir que esse alerta não vai ficar confinado nas paredes do centro de convenções de Copenhague, os cientistas mandaram imprimir 32 mil cópias do relatório, que serão distribuídas a governantes e legisladores no mundo inteiro.

Os primeiros a receber serão os senadores americanos, que ainda não aprovaram um projeto com metas de redução dos gases.