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quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Confira as emissões e propostas de corte de CO2 de um grupo de países

Histórico de liberação de gás-estufa é do World Resources Institute.
Metas de redução podem ser projetos de lei ou meros anúncios.

Veja mais aqui:


Mudanças climáticas afetam o mapa do planeta

Cientistas usam supercomputador para calcular impactos do aquecimento.
Simulação aponta mudanças no planeta com 3°C a mais.

Assista a reportagem abaixo:


Ou se preferir
, leia:

O topo de uma palmeira é a lembrança de que ali havia terra firme. A ilha de Ghoramara, na Índia, já perdeu metade do território e pode, em breve, sumir da face da Terra. Sete mil habitantes foram embora e outros estão preparando a partida.

No Japão, a ameaça também vem do mar: há sete anos, águas vivas gigantes, de até dois metros de comprimento, infestam algumas regiões litorâneas, prejudicam a pesca e provocam queimaduras nos pescadores. Elas existiam somente na China, mas migraram para o local e se proliferaram.

Um professor da universidade de Hiroshima diz que há várias causas. Entre elas, a elevação da temperatura da água causada pelo aquecimento global.

Na China, os sinais estão no alto das montanhas. As geleiras do Tibete diminuem 20 metros a cada ano desde 1990.

O Japão tem alguns dos centros de previsão e pesquisas climáticas mais avançados do mundo e está usando a tecnologia para descobrir o que vai acontecer com o planeta nos próximos anos. Um globo no museu de ciências de Tóquio mostra o aquecimento da terra até o ano 2100. É uma visão do futuro, um futuro nada animador.

Os cientistas japoneses estão usando um supercomputador, que ocupa um andar inteiro de um prédio, para calcular os efeitos do aquecimento global.

Com isso, eles simulam o que vai mudar em cada ponto do planeta com o possível aumento de 3ºC na temperatura até o fim do século.

Uma das conclusões: o número de tufões na Ásia e de furacões na América do Norte vai cair de 80 por ano, em média, para 66. Em compensação, a força do vento no epicentro vai aumentar em até 20% e as chuvas em até 60%.

Rota
Akio Kitoh, diretor do departamento de pesquisas sobre o clima do Instituto de Pesquisas Meteorológicas, diz que eles também vão mudar de rota. Esse é o próximo passo da pesquisa: descobrir onde os tufões e furacões, mais violentos que os de hoje, vão passar.

Os cientistas japoneses também fizeram previsões para o Brasil. No Nordeste, os dias consecutivos de seca que, segundo ele, hoje são 100 por ano, em média, podem chegar a 130 em algumas áreas. No Centro-Sul do país, as chuvas que castigam a região no verão vão aumentar de intensidade.

O professor diz que parte do aquecimento é inevitável, é um ciclo do planeta, que foi acelerado pela ação do homem. E que, por isso os países têm que se preparar.

“Mas, se queremos diminuir esses efeitos, temos que fazer a nossa parte”, conclui ele.

Bolívia cobra ‘dívida ecológica’ em Copenhague


Evo Morales quer que ricos paguem aos mais pobres pelo excesso de poluição em vez de lhes cobrar a dívida externa.

O presidente boliviano disse que levará a ideia à reunião da ONU sobre mudanças climáticas. Morales considera que os países pobres são os que mais têm sofrido com inundações, descongelamentos e outras consequências do aquecimento global.

Muitos países sul-americanos têm grandes dívidas externas, tanto com nações desenvolvidas quanto com organismos multilaterais. Evo Morales, que culpa as “nações capitalistas” pelo aquecimento global, garante que sua proposta é séria.

Documento vazado provoca caos em negociações


Um documento vazado na última terça-feira, 8, criou caos nas negociações sobre aquecimento global que acontecem desde o início da semana em Copenhague. Conhecido como “texto dinamarquês”, o documento seria um acordo criado por países ricos para tirar a Organização das Nações Unidas (ONU) da negociação e colocar limites sobre as emissões dos países em desenvolvimento.

Supostamente criado pela Dinamarca, Estados Unidos e Reino Unido, o texto dinamarquês não se aproxima da meta de 40% de redução inicialmente proposta pela ONU, mas prevê medidas para ajudar os países pobres com US$ 10 bilhões ao ano de 2012 a 2015.

O texto muda o princípio do Tratado de Kyoto, que responsabilizava países desenvolvidos pelo aquecimento e isentava as nações em desenvolvimento de limites nas emissões de CO2. De acordo com o documento, o Tratado de Kyoto seria abandonado, o Banco Mundial cuidaria das verbas para mudança de clima e países pobres teriam que realizar diversas ações para receber dinheiro para lidar com a mudança climática.

Segundo um diplomata, o documento “é muito perigoso para países em desenvolvimento”. Eles teriam que limitar, até 2050, suas emissões para 1,44 toneladas de CO2 por pessoa, enquanto os países desenvolvidos teriam direito a 2,67 toneladas. A intenção, segundo o diplomata, seria com a chegada de Obama e outros chefes de estado na próxima semana forçar a aceitação do texto dinamarquês sem discussões.

Aquecimento Global se acelera desde 1970


De acordo com uma pesquisa meteorológica cujos dados foram divulgados nesta terça-feira, 8, a temperatura global tem subido desde 1850 e o aquecimento se acelera desde 1970.

Os resultados foram coletados em 1.500 estações meteorológicas que monitoram o clima de todo o mundo. Os dados demonstram que a cada década desde 1970 o aquecimento se acentua.

Hadley Centre, do escritório do Reino Unido, diz ter publicado a informação para evidenciar que o mundo está relamente se aquecendo.

Os registros de cerca de 5 mil estações devem ser divulgados tão logo sejam aprovados pelos proprietários.

Fundo Amazônia aprova os três primeiros projetos na véspera de Coppenhague


O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou durante reunião do Comitê Orientador do Fundo Amazônia (Cofa), nesta quinta-feira (3/12), em Belém (PA), a aprovação dos três primeiros projetos que receberão recursos do Fundo Amazônia. Na próxima semana, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, e o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, anunciam outros três projetos agraciados.

Um dos projetos é uma proposta coordenada pela ONG Imazon, em associação com outras ONGs, que receberá R$ 12 milhões para diversos municípios do Pará. O projeto, chamado Municípios Verdes, promoverá o monitoramento, o cadastramento ambiental rural das propriedades, a adequação ambiental das atividades rurais e madeireira, entre outras ações.

Outro projeto é coordenado pela ONG The Nature Conservancy (TNC) e receberá R$ 16 milhões. Em parceira com outras instituições ambientais, serão desenvolvidas ações como recuperação de áreas degradadas, zoneamento ecológico-econômico, entre outras ações que promovam as práticas ambientais em municípios de Mato Grosso, inclusive os situados no Arco do Desmatamento.

O terceiro projeto será coordenado pela Fundação Amazonas Sustentável, do governo do Estado do Amazonas, e receberá R$ 20 milhões. O recurso recebido será revertido em pagamento por serviços ambientais às comunidades extrativistas, seringueiros e quilombolas para a recomposição de áreas ambientais degradadas, melhoria das reservas extrativistas, dentre outras atividades que promovam a conservação ambiental.

O Fundo Amazônia é gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e conta com R$ 150 milhões em carteira para mais projetos que serão aprovados em janeiro e fevereiro de 2010 do total de 1 bilhão de dólares que serão aportados até 2015 pela Noruega. O Comitê Orientador do Fundo Amazônia é baseado em Belém, Pará, e reúne representantes dos governos estaduais da Amazônia Legal, do governo federal e de organizações da sociedade civil. O Fundo Amazônia ja tem um estande na COP-15 em Copenhague que começou dia 7.

Para o Ano de 2010, escolha algumas das ações abaixo e faça-a com determinação

Você dará sua contribuição para que a Terra continue sendo um lugar muito bom para se morar.

  • Calibrar os pneus (25.0 kg/mês)
  • Desligar o computador ( 3.12 kg/mês)
  • Economizar papel ( 8.0 kg/mês)
  • Lembrar de apagar as luzes ( 8.0 kg/mês)
  • Optar pelo transporte coletivo ( 19.4 kg/ mês)
  • Plantar uma árvore ( 6.33/kg mês)
  • Reciclar ( 9.6 kg/mês)
  • Regular o motor do carro ( 25.0 kg/mês).
  • Usar canecas em vez de copos plásticos ( 0.71 kg/mês)
  • Usar lâmpadas fluorescentes ( 12.48 kg/mês)
  • Usar o varal para secar roupas ( 10.92 kg/mês)
  • Usar um pouco menos o ar condicionado ( 10.4 kg/mês)

** o número de quilogramas indicado após cada Ação representa o quanto de gás CO2 deixa de ser emitido ao praticá-la.

Computadores descartados pela Europa envenenam crianças na África


Os cidadãos do Ocidente jogam fora milhões de computadores velhos todos os anos. Centenas de milhares deles acabam na África, onde as crianças procuram ganhar a vida vendendo peças velhas das máquinas. Mas os elementos tóxicos presentes no lixo as estão envenenando lentamente.

Segundo a Bíblia, Deus lançou uma chuva de fogo e enxofre para destruir as cidades de Sodoma e Gomorra. E as autoridades governamentais de Accra, em Gana, também passaram a chamar de "Sodoma e Gomorra" uma parte da cidade afetada por produtos tóxicos de um tipo que os moradores das cidades bíblicas jamais poderiam imaginar. Ninguém vai a esse local, a menos que isso seja absolutamente necessário.

Uma fumaça ácida e negra passa sobre os barracos da favela. As águas do rio também são pretas e viscosas como óleo usado. Elas carregam gabinetes de computador vazios para o oceano. Nas margens do rio veem-se fogueiras alimentadas por isopor e pedaços de plástico. As chamas consomem o material plástico de cabos, conectores e placas-mãe, deixando intactos apenas o metal.

Hoje há um vento que faz com que a fumaça dessas fogueiras infernais passem lentamente por sobre a terra. Respirar muito profundamente é doloroso para os pulmões, e as pessoas que alimentam as fogueiras às vezes dão a impressão de serem apenas silhuetas vagas e enevoadas.

Uma figura pequena e curvada caminha entre as fogueiras. Com uma mão, o garoto arrasta um alto-falante velho pela terra e as cinzas, puxando-o por um fio. Com a outra mão ele segura firmemente uma bolsa.

O alto-falante e a bolsa são as únicas posses do garoto, além da camiseta e as calças que ele usa. Ele tem um nome incomum: Bismarck. O garoto tem 14 anos, mas é pequeno para a idade. Bismarck vasculha a terra em busca de qualquer coisa que os garotos mais velhos possam ter deixado para trás após queimarem uma pilha de computadores. Podem ser pedaços de cabo de cobre, o motor de um disco rígido, ou peças velhas de alumínio. Os ímãs do seu alto-falante também capturam parafusos ou conectores de aço.

Bismarck joga tudo o que encontra dentro da bolsa. Quando a bolsa estiver cheia até a metade, ele poderá vender o metal e comprar um pouco de arroz, e talvez também um tomate, ou até mesmo uma coxa de galinha grelhada em uma fogueira acesa dentro do aro de um carro velho. Mas o garoto diz que hoje ainda não encontrou o suficiente. Ele desaparece novamente na fumaça.

O refugo da era da internet

Esta área próxima a Sodoma e Gomorra é o destino final dos computadores velhos e outros produtos eletrônicos descartados de todo o mundo. Há muitos lugares como este, não só em Gana, mas também em países como Nigéria, Vietnã, Índia, China e Filipinas. Bismarck é apenas um de talvez uma centena de crianças daqui, e de milhares do mundo inteiro.

Essas crianças vivem em meio ao refugo da era da internet, e muitas delas podem morrer por causa disso. Elas desmancham computadores, quebrando telas com pedras, e a seguir jogam as peças eletrônicas internas em fogueiras. Computadores contêm grandes quantidades de metais pesados e, à medida que o plástico é queimado, as crianças inalam também fumaça carcerígena . Os computadores dos ricos estão envenenando os filhos dos pobres.

A Organização das Nações Unidas (ONU) calcula que até 50 milhões de toneladas de lixo eletrônico são jogadas anualmente no lixo em todo o mundo. O custo para se reciclar apropriadamente um velho monitor CRT na Alemanha é de 3,50 euros (US$ 5,30 ou R$ 9,20). Mas o envio do mesmo monitor para Gana em um contêiner de navio custa apenas 1,50 euro (R$ 3,80).

Um tratado internacional, a Convenção de Basileia, entrou em vigor em 1989. O tratado baseia-se em um conceito justo, proibindo os países desenvolvidos de enviarem computadores que foram para o lixo aos países subdesenvolvidos. Até o momento 172 países assinaram a convenção, mas três deles ainda não a ratificaram: Haiti, Afeganistão e Estados Unidos. Segundo estimativas da Agência de Proteção Ambiental norte-americana, cerca de 40 milhões de computadores são descartados todos os anos somente nos Estados Unidos.

Diretrizes da União Europeia com acrônimos como WEEE (sigla em inglês de Lixo de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos) e RoHS (Restrição a Substâncias Perigosas) seguiram-se à Convenção de Basileia, e países individuais transformaram-na em lei. As leis relativas à administração de lixo na Alemanha estão entre as mais estritas do mundo, e neste país o envio de computadores descartados a Gana pode dar cadeia. Em tese.

Contra-atacando


Mike Anane, um ativista ambiental e coordenador local da organização internacional de direitos humanos FIAN, trouxe os membros do Greenpeace para cá. Anane nasceu aqui há 46 anos, bem ao lado de onde hoje em dia se situa Agbogbloshie. Naquela época, as margens dos rio eram repletas de prados verdes e de flamingos, e os pescadores tiravam o seu sustento do rio. Agora não existe vida nessas águas.

Oito anos atrás, Anane começou a perceber a chegada de uma quantidade cada vez maior de caminhões em Agbogbloshie, com as carrocerias repletas de computadores. Ele observou a situação de perto e passou a contra-atacar aquilo que viu. Anane coleta adesivos de procedência de vários computadores descartados para descobrir de quem são os venenos queimados aqui. Ele possui adesivos do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, de autoridades britânicas e de companhias como o Banco Barclays e a British Telecom. "Algumas crianças daqui não chegarão aos 25 anos de idade", acredita Anane.

Ele sabe, porém, que as companhias e organizações cujos selos chegam aqui juntamente com os equipamentos descartados não são os agentes que de fato trazem esse lixo para o seu país. As pessoas diretamente envolvidas são comerciantes como Michael Ninicyi, diretor da Kofi Enterprise.

A Kofi Enterprise é uma pequena loja repleta de computadores. Os melhores produtos são velhas máquinas Pentium vendidas por US$ 90 (R$ 156), incluindo um leitor de DVD. Impressoras e copiadoras são exibidas sob uma cobertura amarela na frente da loja - todas as máquinas são provenientes da Alemanha, segundo Ninicyi. Um exemplar do jornal "Berliner Morgenpost", usado para proteção contra arranhões, encontra-se dobrado entre dois computadores. Algumas das máquinas ainda trazem os adesivos de companhias cujas sedes ficam, por exemplo, na pequena cidade alemã de Kleve, no Estado de Brandenburgo ou no de Rhineland. Todos esses produtos funcionam e são legais.

"Por que vocês não interrompem o fluxo de lixo?"


"Esse processo está cada vez mais rápido, e nós estamos sendo esmagados", queixa-se John Pwamang, diretor do Centro de Gerenciamento e Controle de Produtos Químicos da Agência de Proteção Ambiental de Gana. A agência está localizada em um prédio de concreto em péssimas condições. A caminho do escritório de Pwamang, os visitantes precisam subir primeiro uma escada que no passado deve ter sido verde, e a seguir passar por um banheiro com defeito e uma sala de conferência de cortinas marrons esfarrapadas. Na sala há três depósitos de lixo - um marrom, para papel, um cinza, para plástico, e um outro marrom para tudo mais. Entretanto, o país não conta com um sistema de reciclagem de lixo em funcionamento. Ao que parece a agência de Pwamang ainda tem alguns problemas pela frente.

Os olhos de Pwamang são pouco visíveis por trás das grossas lentes bifocais. Ele fala suavemente, o que o ajuda a parecer mais tranquilo do que realmente é. "Vocês europeus não mudam", reclama ele. "O que deveríamos fazer com os produtos tóxicos que vocês nos mandam? Não temos como reciclá-los. Vocês possuem as instalações para isso. Computadores que funcionam não são nenhum problema, mas muitas das máquinas velhas demais não duram nem um ano aqui. Por que vocês não interrompem o fluxo de lixo?".

Pwamang não tem como provar que o chumbo e as dioxinas estão matando as crianças. Quase ninguém com mais de 25 anos trabalha nas fogueiras às margens do rio de águas pretas. E não existe estudo algum sobre o problema. O Greenpeace identificou e quantificou as toxinas, mas a organização não examinou os efeitos diretos delas. "As crianças estão doentes", afirma Pwamang. "Temos aqui metais pesados e venenos. Um estudo seria bom, mas mesmo sem nenhum estudo eu sei que a situação é desastrosa."